Seminário de Pesquisa em Filosofia

  • Postado em 3 de abril de 2017

O Seminário de Pesquisa em Filosofia da UFCA é uma iniciativa do colegiado do curso de Filosofia que tem como objetivo ser um espaço de apresentação de trabalhos de pesquisa em filosofia dos professores e professores do curso de Filosofia da Universidade Federal do Cariri. Em médio prazo, esperamos que esta atividade, se bem-sucedida, possa surgir a proposta de um programa de pós-graduação em Filosofia na UFCA.

O tempo de duração é de até 30 minutos para exposição e 1h para discussão, com a participação opcional de um comentador.

Segue o calendário previsto das apresentações:

 

16 de Outubro

Prof. Roberto Cunha

Título: Lukács, a teoria do romance e a revolução russa

Local: sala 35

-13 de Julho (quinta-feira)

prof. Francisco José

Titulo: Cristianismo e Positividade no pensamento do jovem Hegel
Resumo: A presente pesquisa é uma leitura das três principais obras de juventude do filósofo alemão G.W.F.Hegel (1770-1831): A Vida de Jesus (1795), A Positividade da Religião Cristã (1797), ambas escritas em Berna, e O Espírito do Cristianismo e seu destino (1799), escrita em Frankfurt, tendo como tema central a relação entre Cristianismo e a Positividade. Hegel, partindo da obra do período bernês A Vida de Jesus, chega a compreender o cristianismo a partir dos conceitos opostos de Religião Moral e Religião Positiva, o primeiro conceito, sob influência de Kant, leva-o ao cerne do ensinamento de Jesus, enquanto mestre de virtude, já o segundo conceito surge como perda de liberdade e despotismo a ser superado através da moralidade entendida como autonomia da razão. Já em Positividade da religião cristã, o filósfo pretende explicar como o cristianismo tornou-se uma religião do despotismo e da positividade, já que o ensinamento e a pretensão original de Jeus era o de uma religião da liberdade. Finalmente na obra O Espírito do cristianismo e seu destino, do período de Frankfurt, Hegel chega à compreensão do caráter histórico do desenvolvimento do cristianismo enquanto religião positiva, trata-se então, para ele, de superar esta positividade da religião cristã através dos conceitos de amor e destino. Tal perspectiva leva o filósofo a entender a religião cristã enquanto intrisecamente positiva, o que o fez compreender por trás desta aparência algo mais profundo, isto é, o desenvolvimento e a manifestação do espírito de um povo e de uma religião que se apresenta através de seu destino. Estas conclusões serão os elementos fundamentais que permitirão ao filósofo de Stuttgart desenvolver a idéia de processo dialético e de manifestação do Espírito na História.

Palavras-chave: Crisitianismo – Positividade – Historicidade

 

Local: Sala 23B

 

– 21 de Junho (quarta-feira)

prof. Ericsson Corioliano
Titulo: O problema dos conceitos transcendentes na Crítica da Razão Pura
Resumo: A definir
Comentador: a definir

Local: Sala 34

 

– 20 de Junho (terça-feira)

prof. Marcondes Torquato
Titulo: ÉTICA COMO FILOSOFIA PRIMEIRA
Resumo: O objetivo da investigação é a compreensão da tese principal do pensamento levinasiano: a ética como filosofia primeira. Investigamos esta questão a partir da obra pela qual Lévinas é mais conhecido e em que este pensamento é apresentado de forma mais elaborada: “Totalidade e Infinito”. Com esta afirmação ele apresenta uma crítica à filosofia nos moldes modernos – a filosofia da subjetividade –, colocando a fundamentação do conhecimento na relação com o outro, na intersubjetividade. Na base de todo o saber está a ética que Lévinas também chamada de relação metafísica, um acordo mínimo necessário, respeitoso, pautado pela justiça, entre o eu e o outro. A estruturação do seu pensamento apresenta uma complexidade desencadeada pelo fato de que, embora partindo da fenomenologia, ele traz elementos ou categorias alheias ao pensamento ocidental elevando-os à posição de categorias filosóficas. Constrói, assim, sua reflexão retomando categorias como ontologia, metafísica e ética e introduzindo termos da sabedoria judaica como revelação, epifania, escatologia e messianismo. Para entender sua tese se faz necessário compreender o significado das principais categorias utilizadas na sua construção.

Local: sala i105

 

– 06 de Junho (terça-feira)

3

Profa.: Regiane Collares
Titulo: Verdade e real: a ética no pensamento de Foucault e Lacan;
Resumo: O projeto de pesquisa a ser apresentado no Seminário de Pesquisas Filosóficas pretende investigar de que forma o engendramento da prática psicanalítica por Lacan e a retomada do cuidado de si em Foucault se apresentam como formulações de uma ética da verdade. As questões do cuidado de si (epiméleia heautoû) da cultura antiga, como vemos nas últimas preleções de Foucault no Collège de France, são apresentadas no exercício da espiritualidade como condição de acesso à verdade, constatando-se o delineamento de um cuidado, um tratamento, uma estética da existência que se dão na expressão da veridicção que se pronuncia em um ato de coragem, e em que se articula fundamentalmente um princípio ativo de auto constituição. Por sua vez, a ética da psicanálise pensada por Lacan se radicaliza na questão da relação entre verdade e desejo e com isso se coloca em destaque os efeitos éticos estabelecidos a partir de uma fala que ultrapassaria qualquer conhecimento do “bem” e se vincularia à dimensão do real, em seu caráter de não se encerrar em formas de representação, resistindo às normas e regras do conjunto de comportamentos adaptativos e de uma moral utilitarista. Desta forma, cabe-nos com esta pesquisa abordar o alcance da ética da verdade apresentada no pensamento de Foucault e na reformulação da prática psicanalítica por Lacan, no que concerne a circundar as conduções éticas e os sentidos de vida que podem ser formulados a partir da relação com o real e da potência de cada um se reconstituir outramente.

Comentador: a definir

Sala 68, bloco E (amarelo)

– 22 de Maio (segunda-feira)

4

Titulo: O diálogo como ato amoroso em Platão

profa. Camila Prado

Resumo: Trata-se de apresentar brevemente o meu projeto de pesquisa atual que busca investigar dois temas fundamentais para qualquer estudioso da obra platônica: a forma dialogal da escrita filosófica e a dimensão erótica da filosofia. A interpretação que se pretende desenvolver, relacionando os temas, parte da assunção de que a morte de Sócrates, condenado pela democracia, representaria, na obra platônica, uma ruptura entre filosofia e cidade. Platão lançar-se-ia ao obrar poético-político-filosófico, como Aquiles volta à batalha após a morte de Pátroclo, como um amante do filósofo-amante morto. Suas armas: os diálogos. Vered Kenaan, em The seductions of Hesiod, defende que há, no Banquete de Platão, um modelo de recepção como forma de genealogia erótica; o diálogo intertextual seria uma relação amorosa. Pretende-se desenvolver a hipótese de que os próprios diálogos platônicos são exemplos dos filhos imortais que Diotima diz serem gerados através do amor. Platão recriaria, encenando-os, os encontros e desencontros entre Sócrates e a cidade, explicitando sob que condições seria possível um verdadeiro diálogo filosófico, amorosamente inspirado. O primeiro passo do percurso será, portanto, apresentar os elementos desta leitura do Banquete. Em seguida, ir à defesa de Sócrates, na sua Apologia, e à imagem de sua condenação, na alegoria da caverna, em República VII. A Carta VII nos trará traços, controversamente autobiográficos, da trajetória política de Platão e de sua compreensão das relações entre filosofia e cidade. Contraporemos, a partir de uma indicação de Foucault, a posição amorosa platônica, diante do suposto fracasso político do filósofo, à misantropia atribuída a Heráclito, por Diógenes Laércio. Buscaremos, então, formular propriamente nossa questão: Como Amor, Palavra e Política se relacionam na obra platônica, permitindo a criação da cena filosófica, o lugar de exercício não apenas do encontro do filósofo consigo mesmo, mas também da cidade com sua própria verdade?

 

Local: Sala G102

 

– 27 de Abril (quinta-feira)

2

Titulo: Para uma crítica racional da razão: Foucault e Adorno

prof. Fernando Gimbo

Resumo: Expor pesquisa em curso que visa aproximar duas experiências de pensamento marcadas pela ideia de uma “crítica racional da razão”: Theodor Adorno e Michel Foucault. Serão analisados temas comuns a ambos os pensadores, como o nexo entre saber e poder, a importância da categoria de sofrimento para uma filosofia social e a pertinência de uma reflexão moral sobre as formas de vida contemporâneas. O objetivo último é apresentar um programa a ser desenvolvido em torno da ideia da filosofia enquanto crítica.

 

– 07 de Abril (sexta-feira)

1

Titulo: A questão especial da composição e a operação de fusão natural

prof. Renato Rocha

Resumo: A questão especial da composição pode ser formulada assim: sobre quais circunstâncias para alguns x’s (partes) há um y (todo), tal que os x’s compõem y? (VAN INWAGEN, 1990) Três posições distintas procuram respondê-la: o universalismo mereológico, o restritivismo mereológico e o niilismo mereológico. Nesta comunicação, quero apresentar cada uma destas posições, discutir o argumento da vagueza de David Lewis (1986) e Ted Sider (2007) em favor do universalismo mereológico contra as outras duas teorias e apresentar a nova operação de fusão natural, derivada da noção de propriedade natural, que pode ser usada para tornar falsa uma das premissas do argumento da vagueza, em favor do restritivismo mereológico.