3ª Edição do Seminário de Pesquisa
- Postado em 17 de maio de 2017
A coordenação do curso convida a todos interessados em participar da terceira edição do Seminário de Pesquisa em Filosofia da UFCA. Este seminário é uma iniciativa do colegiado do curso de Filosofia que tem como objetivo ser um espaço de apresentação de trabalhos de pesquisa em filosofia dos professores e professores do curso de Filosofia da Universidade Federal do Cariri.
A próxima edição teremos a prof. Camila Prado em uma apresentação intitulada O diálogo como ato amoroso em Platão e acontecerá no dia 22 de Maio (segunda-feira), na sala G102. Segue o resumo da apresentação:
Resumo: Trata-se de apresentar brevemente o meu projeto de pesquisa atual que busca investigar dois temas fundamentais para qualquer estudioso da obra platônica: a forma dialogal da escrita filosófica e a dimensão erótica da filosofia. A interpretação que se pretende desenvolver, relacionando os temas, parte da assunção de que a morte de Sócrates, condenado pela democracia, representaria, na obra platônica, uma ruptura entre filosofia e cidade. Platão lançar-se-ia ao obrar poético-político-filosófico, como Aquiles volta à batalha após a morte de Pátroclo, como um amante do filósofo-amante morto. Suas armas: os diálogos. Vered Kenaan, em The seductions of Hesiod, defende que há, no Banquete de Platão, um modelo de recepção como forma de genealogia erótica; o diálogo intertextual seria uma relação amorosa. Pretende-se desenvolver a hipótese de que os próprios diálogos platônicos são exemplos dos filhos imortais que Diotima diz serem gerados através do amor. Platão recriaria, encenando-os, os encontros e desencontros entre Sócrates e a cidade, explicitando sob que condições seria possível um verdadeiro diálogo filosófico, amorosamente inspirado. O primeiro passo do percurso será, portanto, apresentar os elementos desta leitura do Banquete. Em seguida, ir à defesa de Sócrates, na sua Apologia, e à imagem de sua condenação, na alegoria da caverna, em República VII. A Carta VII nos trará traços, controversamente autobiográficos, da trajetória política de Platão e de sua compreensão das relações entre filosofia e cidade. Contraporemos, a partir de uma indicação de Foucault, a posição amorosa platônica, diante do suposto fracasso político do filósofo, à misantropia atribuída a Heráclito, por Diógenes Laércio. Buscaremos, então, formular propriamente nossa questão: Como Amor, Palavra e Política se relacionam na obra platônica, permitindo a criação da cena filosófica, o lugar de exercício não apenas do encontro do filósofo consigo mesmo, mas também da cidade com sua própria verdade?