3ª Diálogos Transversais – Escrita e Resistência

  • Postado em 6 de junho de 2016

Os Diálogos Transversais são uma iniciativa da Pró-reitoria de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação (PRPI), no intuito de favorecer a aproximação entre docentes, servidores e discentes que formam a UFCA, como também de outras instituições de ensino.

A terceira edição do projeto Diálogos Transversais se desenvolve na perspectiva da escrita dialogando com os campos da ciência, política e arte. O evento, cujo tema é “Escrita e Resistência”, acontecerá no auditório da Universidade Federal do Cariri – Campus Juazeiro do Norte, no dia 09 de Junho às 19h, com a participação da prof. Camila Prado (Filosofia, UFCA) e de Elvis Pinheiro (PROCult, UFCA). A seguir, confira o resumo dos participantes.

No diálogo Fedro, Platão apresenta o mito de Teuth, narrando a genealogia da escrita e caracterizando-a como uma droga, ao mesmo tempo veneno e remédio. Propomos retomar esta imagem platônica, em companhia de Derrida, e questionar qual seria este poder da escrita: o que ela mata e o que ela cura? Será o escrever a paralisação do fluxo vital de pensamento e criação ou haverá uma atitude filosófica frente à escritura que nos permita potencializar sua força de resistência ao movimento cego e alienante da repetição infrutífera?

Camila Prado, professora de Filosofia do IISCA/UFCA, doutora em Filosofia pela UFMG, estuda a relação entre Filosofia e Literatura entre os gregos e sua repercussão na contemporaneidade.

Aproveitando-me de Roland Barthes, na sua aula inaugural no Colégio de França, que buscou um lugar fora do poder, fora do poder opressor da própria língua com a qual nos comunicamos, ele nos alertou que existe espaço para a trapaça, e essa trapaça eu vejo como resistência. ‘Essa trapaça salutar, essa esquiva, esse logro magnífico que permite ouvir a língua fora do poder, no esplendor de uma revolução permanente da linguagem, eu a chamo, quanto a mim: literatura.’ (AULA, p. 17). É sobre o impacto revolucionário da literatura de ficção, da poesia ao romance, que tratará a minha fala contaminada com a língua traduzida de Barthes.

Elvis Pinheiro, escritor sob o pseudônimo Cais do Porto e mediador de cinema na região do Cariri cearense desde 26 de maio de 2003. Formado em Letras, atualmente é responsável por sessões de cinema alternativo no Cariri. Editor da Revista de Cinema SÉTIMA. Assistente em administração na Pró-Reitoria de Cultura da Universidade Federal do Cariri.